8 de dezembro é dia de Festa na beira do mar




No dia 8 de dezembro diversos grupos culturais realizam, na praia de Pajuçara, a Festa das Águas. A Festa que acontece todos os anos homenageia Iemanjá,
a Grande Mãe e senhora de todas as águas.

Iemanjá é um nome derivado de três outras palavras do idioma iorubá: yèyé (mãe), omo (filha) e ejá (peixe). Ela é o útero de toda a vida, principal figura materna na tradição iorubá (Ymoja). No nosso planeta a vida originou-se das águas, por isso Iemanjá é o arquétipo da maternidade, a Grande Mãe, que tem afinidade com todas as mães do mundo.

O dia 08 de dezembro foi escolhido pelos grupos alagoanos para homenagear aquela que é um dos orixás mais respeitados e populares. As atividades ficarão concentradas na Praça Multieventos, a partir das 10h. A festa homenageia e agradece a Iemanjá e a todas as Iabás por tudo que foi alcançado durante o ano. Além das homenagens, os grupos pretendem chamar atenção para o preconceito historicamente construído e sustentado em nossa sociedade contra as manifestações afro-brasileiras.

A Praia
Pajuçara é a praia escolhida para o encontro dos grupos por ser o local que caravanas de religiosos vindas diversos bairros de Maceió e municípios de Alagoas se reúnem anualmente numa grande festa. Ocasião onde também agrega turistas e simpatizantes das religiões de matriz africana. Batuques e oferendas acontecem simultaneamente durante todo o dia.

Os grupos participantes
Este ano a Festa contará com a presença da Orquestra de Tambores de Alagoas, o Afoxé Oju Omin Omorewá, o maracatu nação A Corte de Airá (Palácio de Airá), o maracatu Raízes da Tradição do Abassá de Angola (Abassá de Oiá Balé), o Coletivo AfroCaeté, o Afoxé Odô Iyá (Casa de Iemanjá), o grupo Inaê (Grupo União Espírita Santa Bárbara-GUESB), grupo Airê Ioruba (Núcleo de Cultura da Zona Sul), o CEPA Quilombo (Jacintinho), o Quintal Cultural (Bom Parto), entre outros.

Sincretismo
Sincretizada com Nossa Senhora devido à relação com a maternidade, Iemanjá possui grande prestígio e popularidade em todas as camadas sociais brasileiras. Iemanjá é o útero de toda a vida e principal figura materna na tradição iorubá (Ymoja). Estratégia no passado, o sincretismo fez-se necessário para que a religião afro-brasileira fosse aceita, e livresse os religiosos da perseguição policial e da destruição de seus terreiros. Hoje, segundo o pesquisador Edson Moreira, "É difícil a dissociação", e esclarece que Iemanjá não é Nossa Senhora. O sincretismo é fenômeno que existe em todas as religiões e também está presente na sociedade brasileira.

Um dia inteiro de festa
A Festa das Águas será realizada no dia 8 de dezembro de 2010, na Praia de Pajuçara, na Praça Multieventos. As atividades terão início às 10 horas com rodas de capoeira que se estenderão até as 13 horas. Às 14 horas será dado início as apresentações dos grupos percussivos e de batuque, que seguem até a noite.

O evento é uma realização da Articulação formada pelos representantes de vários grupos artísticos e culturais, entre os quais: Orquestra de Tambores de Alagoas, Afoxé Oju Omin Omorewá, Casa de Iemanjá, Palácio de Airá, Abassá de Oiá Balé, Coletivo AfroCaeté, Grupo União Espírita Santa Bárbara (GUESB), Núcleo de Cultura da Zona Sul, Quilombo Jacintinho e Quintal Cultural. A iniciativa contará ainda com a presença de convidados e representantes de órgãos públicos, universidade e da comunidade. O evento será encerrado com um cortejo final reunindo todos os grupos presentes.

O evento contará com a presença da atriz Chica Xavier, a Mãe Chica. E tem o apoio do BNB (Banco do Nordeste), NADEC (Núcleo de Apoio e Desenvolvimento da Capoeira), da Acauã Mídia Impressa, Gata Roxa Arte e Comunicação, do Judson Cabral, da Secretaria de Estado da Saúde, da Secretaria de Estado da Cultura e da Atlântica Motos.

Programação:
10h – Roda Aberta de Capoeira com a presença de representantes dos grupos Tradição, Liberdade, Abadá, Águia Negra, Muzenza, entre outros.

14h – Batuque:
Airê Ioruba (Núcleo de Cultura da Zona Sul)
Maracatu Raízes da Tradição (Abassá de Angola de Oiá Balé)
Afoxé Oju Omin Omorewá
Orquestra de Tambores de Alagoas
Coletivo AfroCaeté
Afoxé Odô Iyá (Casa de Iemanjá)
Inaê (Grupo União Espírita Santa Bárbara-GUESB)
Maracatu Nação A Corte de Airá (Palácio de Airá)

16h – Espetáculo UruBumbaGuelé

18h – Momento Coletivo/ Reunião dos grupos participantes

19h – Vídeo Eruyá que retrata a Festa de Iemanjá entre os anos de 2006 e 2008

Serviço
Festa das Águas
Dia 08 de dezembro de 2010, a partir das 10h
Praça Multieventos – Pajuçara
Aberto ao público

Informações: 8801-4265/ 8826-6548/ 8827-3786

Todos os Tambores


Caderno Dois - O Jornal

COLETIVO AFROCAETÉ CONVIDA: CINEMA + BATUQUE




Sessão Consciência Negra: 
Coletivo AfroCaeté (Batuque/AL) + 
Terra Deu, Terra Come (Cinema/MG) + 
Pau e Lata (Batuque/RN) + Demis Santana (Cordel/AL) 

______________________________________
Ensaio Aberto e filme na sede do Coletivo AfroCaeté,
na Rua Barão de Jaraguá, 381, bairro de Jaraguá
(Por trás do gabinete do prefeito. Em frente a Unifal e a Papelaria).
 O batuque começa a partir das 15h com ensaio aberto do Coletivo AfroCaeté.
O documentário será exibido as 17h30
Apareçam.

O evento é uma realização em parceria do
Coletivo Afro Caeté e do Barracão Cine Clube

CHAU DO PIFE COM COLETIVO AFROCAETÉ


O Barracão Cine Clube em parceria com o Coletivo AfroCaeté realiza sessão Consciência Negra: Terra Deu, Terra Come



O Barracão Cine Clube em parceria com o Coletivo AfroCaeté e o SESC realiza duas exibições do documentário nacional Terra Deu, Terra Come de Rodrigo Siqueira, nos dias 14 e 19 de novembro. Sempre com entrada franca.

Para celebrar a semana da Consciência Negra neste domingo, dia 14 de novembro, o Barracão visita a sede do Coletivo AfroCaeté em Jaraguá e convida a todos para a partir das 15h prestigiar o ensaio aberto do Coletivo, seguido da exibição do documentário as 17h30. Já na sexta-feira dia 19 de novembro, o Barracão visita o SESC Centro, reexebindo Terra Deu, Terra Come a partir das 19h.

A Coordenação do Cine Mais Cultura junto com a 7 Estrelo Filmes demonstram satisfação com o volume de pessoas que já assistiram Terra Deu, Terra Come através das exibições pelos cineclubes da rede Cine Mais de todo Brasil. O longa-metragem nacional de Rodrigo Siqueira foi premiado como o melhor documentário brasileiro no festival É Tudo Verdade 2010, e vencedor do prêmio de melhor filme na Mostra Panorâmica, no Festival de Gramado 2010.

Press-Book: Aqui





Sobre o Filme

Pedro de Almeida, garimpeiro de 81 anos de idade, comanda como mestre de cerimônias o velório, o cortejo fúnebre e o enterro de João Batista, que morreu com 120 anos. O ritual sucede-se no quilombo Quartel do Indaiá, distrito de Diamantina, Minas Gerais. Com uma canequinha esmaltada, ele joga as últimas gotas de cachaça sobre o cadáver já assentado na cova: “O que você queria taí! Nós não bebeu ela não, a sua taí. Vai e não volta pra me atentar por causa disso não. Faz sua viagem em paz”.

Dessa maneira acaba o sepultamento de João Batista, após 17 horas de velório, choro, riso, farra, reza, silêncios, tristeza. No cortejo, muita cantoria com os versos dos vissungos, tradição herdada da áfrica. Descendente de escravos que trabalhavam na extração de diamantes, nas Minas Gerais do tempo do Brasil Império, Pedro é um dos últimos conhecedores dos vissungos, as cantigas em dialeto banguela cantadas durante os rituais fúnebres da região, que eram muito comuns nos séculos 18 e 19.

Garimpeiro de muita sorte, Pedro já encontrou diamantes de tesouros enterrados pelos antigos escravos, na região de Diamantina. Mas, o primeiro diamante que encontrou, há 70 anos, o tio com quem trabalhava o enterrou e morreu sem dizer onde. Depois disso, vive sempre em uma sinuca: para reencontrar o diamante só se invocar a alma de seu tio João dos Santos. “É um diamante e tanto, você precisa ver que botão de mágoa.” Ao conduzir o funeral de João Batista, Pedro desfia histórias carregadas de poesia e significados metafísicos, que nos põem em dúvida o tempo inteiro: João Batista tinha pacto com o Diabo?; O Diabo existe?; estamos sozinhos, ou as almas também estão entre nós?; como Deus inventou a Morte?

A atuação de Pedro e seus familiares frente à câmera nos provoca pela sua dramaturgia espontânea, uma auto-mise-en-scène instigante. No filme, não se sabe o que é fato e o que é representação, o que é verdade e o que é um conto, documentário ou ficção, o que é cinema e o que é vida, o que é africano e o que é mineiro, brasileiro.

Título Original: Terra Deu, Terra Come
Formato de captação: DVC PRO HD e 16mm
Formato de exibição: HDCAM
Duração: 88 minutos
País: Brasil
Gênero: Documentário
Realização: 7 Estrelo Filmes
Produtora Associada: Tango Zulu Filmes
Distribuição: VideoFilmes
Direção: Rodrigo Siqueira
Colaborou na direção: Pedro de Alexina
Fotografia: Pierre de Kerchove
Som: Célio Dutra
Produção executiva: Rodrigo Siqueira e Tayla Tzirulnik
Assistente de Produção: Juliana Kim
Pesquisa: Lúcia Nascimento e Rodrigo Siqueira
Produção de frente: Marcelo Ferrarini e Roberta Canuto
Produção de set: Ricardo Magoso
Edição: Rodrigo Siqueira
Arte e gráficos: Júlio Dui
Finalização de imagem: Alex Yoshinaga
Mixado nos estúdios: TIL
Produção de Lançamento: Lívia Rojas e Michael Wahrmann
Lançamento online: Felipe Pacheco

Arena Instrumental 2010


A música pede passagem
A força e a energia percussiva latente em nossa raiz afro e indígena chega ao palco
da 3ª edição do projeto Instrumental no Arena

por Ábia Marpin 

O show Uma batida entre sopros e cordas é um momento novo para o Coletivo AfroCaeté, grupo percussivo formado há quase dois anos, habituado com apresentações em espaços abertos, com o peso de vários instrumentos e o reforço das loas e canções, embarca nessa aventura em busca de mais uma forma de experienciar a cultura popular.

Com um repertório baseado no experimento e no mergulho nos ritmos nordestinos, em especial os alagoanos, o baque pesado da alfaia, o repique da caixa, a cadência do agogô e o balanço das contas do xequerê recebem o reforço do violão, da rabeca e do pife e numa verdadeira festa que vai invadir o palco do Teatro de Arena Sérgio Cardoso.

O show que será realizado no dia 04 de novembro, a partir das 20 horas, está dividido em dois momentos. No primeiro, dentro do teatro, alguns percussionistas do grupo vão se revezar entre os instrumentos e passear por uma mistura de ritmos e timbres. Já no segundo momento, no pátio externo do teatro, o Coletivo AfroCaeté chega com sua formação completa, o peso de todos os seus tambores. O show é uma criação fruto de uma pesquisa coletiva e está sob a coordenação do Mestre Sandro Santana.

Participações mais que especiais
Chau do Pife, reconhecido instrumentista virtuoso do pife, generoso e parceiro do AfroCaeté em suas caravanas dentro e fora do estado, enriquece a noite. Aos que admiram o apuro técnico e a genialidade do músico que começa a tocar ainda na infância para espantar os passarinhos do milharal da família em Boca da Mata, no interior de Alagoas pode esperar ótimas surpresas deste encontro.

O Coletivo recebe ainda Luiz Martins, jovem maestro, regente do coral do Centro de Estudos Superiores de Maceió (CESMAC) e multi instrumentista, que traz a sua experiência com a música erudita para uma conversa franca e descontraída com a cultura popular.

O ideal coletivo
O Coletivo AfroCaeté, grupo percussivo, de difusão e articulação cultural, foi formado em fevereiro de 2009, em Maceió, por iniciativa de um grupo de amigos de diversas formações e idades. Apesar de sua curta trajetória, desde a sua formação, o grupo vem conquistando espaços e parcerias importantes junto a outros movimentos de cultura popular, universidades e comunidades da periferia de Maceió. O Coletivo AfroCaeté desenvolve estratégias de valorização e difusão da cultura popular, seja pela realização de seminários, organização de caravanas culturais para festas populares em Alagoas e outros estados, seja com oficinas de percussão e fabricação de instrumentos percussivos, mesas redondas em espaços acadêmicos, celebração de datas importantes para cultura alagoana e afro-descendente, e participação em manifestações populares.

O grupo defende uma “alagoanidade” perpassada pelas expressões da cultura popular – guardiã e hospedeira das tradições, e a partir da valorização e reprodução dos ritmos alagoanos, nosso patrimônio cultural, buscam a transformação social.

“Nossos marcos de origem sinalizam aquilo que somos. Nossa compreensão e nossos sentidos norteiam aquilo que queremos ser. Traduzimos em nosso batuque as reminiscências ancestrais...” (trecho do Manifesto AfroCaeté, parte da fundação do grupo em fevereiro de 2009).


Serviço:
Projeto Instrumental no Arena – Ano 3
Teatro de Arena Sérgio Cardoso (anexo ao Teatro Deodoro)

Show "Uma batida entre sopros e cordas"
Com o grupo percussivo Coletivo AfroCaeté
Participação de Chau do Pife e Luiz Martins

Dia 04 de novembro de 2010
Horário: 20h

Ingressos à venda na bilheteria do teatro e com os músicos: R$ 5,00 e R$ 10,00

Maiores informações: (82) 3315-5665 / 3315-5656
http://www.teatrodeodoro.al.gov.br / http://ascomteatro.blogspot.com


Realização: Diretoria de Teatros do Estado de Alagoas (DITEAL)

Flores para Mestra Lúcia


por Christiano Barros

“Quando ouço o toque da corneta
Que o povo chega para embarcar
A despedida de nossa Baiana
Adeus Alagoana
Até quando eu voltar...”

No dia 29 de agosto, na Praça Santa Tereza (Vergel do Lago), Dona Lúcia, ou Marluce como era conhecida pelas amigas de seu baianá, recebia merecida homenagem. Estava muito contente, parecia estar em casa em meio aos componentes dos diversos grupos de cultura popular que se apresentaram na praça durante o encerramento do seminário Múltiplos Olhares sobre a Cultura Popular, no Agosto Popular. Ela, em cadeira de rodas, se movimentava atenta as apresentações. O marido explicou pra gente que preferia que ela recebesse a homenagem logo porque iria ficar pouco tempo, mas Dona Lúcia preferiu ficar até o final. E durante a homenagem ela não conteve a emoção e chorou. Dona Marlene e Dona Edna, companheiras do baianá, também acompanhavam emocionadas.

Dona Lúcia morreu nesta segunda-feira (25/10). Não resistiu a mais uma operação de amputação de parte de sua perna. Teve complicações durante a operação e veio a falecer em um hospital em Coruripe.

Ela tinha uma voz firme e uma imensa força de vontade. O Baianá que comandava, Flor de Lis do Santo Eduardo, representou Alagoas na tradicional Festa da Lavadeira, no município de Santo Agostinho (PE). Apesar da dificuldade de locomoção e da saúde frágil, durante a Festa ela era uma das mais empolgada. Lembro que foi uma longa caminhada até chegar ao município pernambucano. Saímos de Maceió, nas primeiras horas da manhã, embaixo de chuvas torrenciais e desembarcamos sob um sol escaldante na Praia do Paiva. Pouco tempo depois, em cortejo, seguimos por entre uma multidão de gente que participava da Festa até subir ao imenso palco montado na Praia. Não existia cansaço e o Baianá mostrou ao povo de lá a força, o ritmo e as cores de nossa tradição. Encantou. Atordoado, quase que eu não conseguia fotografar. Muita gente acompanhava a apresentação. E, no final, quando ela descia do palco uma pessoa que assistia atenta ao baianá pegou na mão de Dona Marluce e disse: “Minha Preta, essa coroa aí não é pra qualquer um não. Você merece! Parabéns...”. Dona Lúcia agradeceu o elogio e, contente, desceu do palco junto com seu baianá.

Na manhã de terça (26/10), no cemitério do Jaraguá, os parentes e amigos mais próximos que acompanhavam o enterro cantaram músicas do baianá para se despedir enquanto o caixão era coberto de terra.

Mestra Lúcia era uma pessoa especial, viverá pra sempre em nossa memória.





Coletivo AfroCaeté: Uma Batida entre Sopros e Cordas



A Diretoria de Teatros do Estado de Alagoas (DITEAL) apresenta na quinta (04 de novembro) o quinto e penúltimo espetáculo da temporada do projeto Instrumental no Arena, a partir das 20h, com ingressos a R$ 10,00 e R$ 5,00, realizado no Teatro de Arena Sérgio Cardoso. Dessa vez o show será “Uma batida entre sopros e cordas”, que é um momento novo para o grupo percussivo Coletivo AfroCaeté. O grupo formado há quase dois anos, habituado com apresentações em espaços abertos, com o peso de vários instrumentos e o reforço das loas e canções, embarca nessa aventura em busca de mais uma forma de experimentar a cultura popular.


O projeto Instrumental no Arena visa estimular a produção da música instrumental em Alagoas com apresentações mensais com ingressos a preços populares com arenda revertida 100% para o artista ou grupo.

Todo apoio as lutas populares.


Somos solidários a luta da organização da maior festa popular do nordeste, a Festa da Lavadeira, travada   contra os interesses econômicos que se arvoram na região da praia do paiva em Pernambuco. Disponibilizamos aqui a  lei municipal que tenta sufocar uma das mais belas afirmações identitárias da cultura nordestina. Para maiores informações acesse http://www.praiadopaiva.blogspot.com/




Coletivo AfroCaeté - Agbês


Coletivo AfroCaeté


O último trupé de Mestra Hilda - Keyler Simões



Coco alagoano perde uma de suas maiores representantes


A cultura popular de Alagoas sofreu mais um baque nesta manhã, com a morte de Hilda Maria da Silva, a Mestra Hilda, a dama do Coco de Alagoas, uma das mais carismáticas e queridas mestras populares e uma das últimas detentoras do saber do coco de Alagoas, também chamado de Pagode.

Fibra é a palavra que define os fortes. Perseverança, define os destemidos. Coragem, é a palavra que define os heróis. Dona Hilda é sinônimo de todas elas. Com 89 anos de idade, completados em 1º de julho último, Mestra Hilda era uma das maiores figuras do nosso folclore e nossa cultura em geral.

Faleceu na manhã desta terça, por ironia, ainda no mês do folclore... sua vida.

Nascida e criada em Rio Largo, bem próximo à Maceió, essa senhora trabalhou muito em diversas tecelagens de Maceió para sobreviver. Vinda de família muito humilde, recebeu dos pais a influência de dançar o Pagode. Sempre que havia uma reunião de amigos, lá estava Hilda dançando e cantando o nosso pagode, mais conhecido por Coco. O que começou como uma brincadeira de criança, transformou-se em uma das mais autênticas representações do povo alagoano.


Naquela época nem se falava em manter vivas as nossas tradições. Dançava-se por puro prazer. Como o prazer que Dona Hilda ainda tem ao subir num palco e apresentar-se para um público, como ela própria diz: “Gosto de me apresentar... de ver aquele povo todo me aplaudir... Eu fico, que é uma coisa.! Se eu tiver com alguma dor ruim... melhoro rapidinho. É como uma coisa que sai do coração, que me deixa tremendo toda de felicidade...”.
Hilda da Silva, completou neste ano 46 anos de cantoria à frente de grupos de pagode e de Baianas. “Fui criada assim. Sempre que tinha uma festa, eu ia com os meus pais ou com meus amigos”, lembra Dona Hilda. Foi assim, não ao acaso, que ela conheceu e se apaixonou pelo seu marido, aos 25 anos de idade. Foram mais de 50 anos de casamento, quando em 1999 ele faleceu. Tristeza só superada pela dedicação e o prazer com seus grupos.

Quando perguntada sobre o que gosta mais, entre o Pagode e as Baianas, Dona Hilda não demorava a responder: “Gosto mais do Pagode porque é mais quente, tem um fogo... que eu gosto muito, que faz um bem danado”. Seu grupo de Pagode é, sem dúvida, o mais conhecido e o que leva no nome a força dessa senhora: Pagode Comigo Ninguém Pode, a quem ela se dedicava de corpo e alma, pois a danada não só canta e compõe, como também compra e enfeita as roupas dos “dançadores”, são 13 pessoas no total e mais 3 para entrar. Ela dizia: “Eu compro as roupas dos homens e das mulheres, que elas mesmas é que costuram”. E não fica só por aí, não. Além disso, é ela quem lava as roupas, após cada apresentação, e guarda em casa. “Quando tem uma apresentação, o pessoal passa lá em casa pra pegar as roupas, e quando acaba tem que deixar lá. Eu lavo depois com muito cuidado pra não estragar, porque senão as roupas vão se acabando muito rápido e fica feio se apresentar tudo desbotado ou rasgado. Comigo não tem isso, não... tenho dois armários: um pro Pagode e outro pra Baianas”, explicou.



“Tem paciência morena, que eu mesmo serei teu bem....”



Esse cuidado não era à toa. Ela comprava as roupas dos grupos com o dinheiro que recebe da aposentadoria e da pensão deixada pelo marido. Além disso, fazia questão que todo mundo se apresentasse “cheirosinho” e bem arrumado, como ela própria faz questão de estar. Até meninas que viviam nas ruas Dona Hilda trouxe para dançar nos seus grupos e que se mantém lá. “Só não faço mais, porque parece que a nossa cultura tá se acabando, tá querendo cair, porque não dão valor. Tem muito ‘dançador’ que não quer mais se apresentar, porque o que pagam a gente, além de muito pouco, as pessoas demoram para pagar...”

Na época perguntamos à Mestra Hilda quem seriam seus aprendizes, e ela responde: “As minhas filhas, que dançam mais a Baiana, mas sabem tudo do Pagode, e a minha nora, Duarte, que canta comigo”.

Como todos os grandes mestres dos folguedos alagoanos, Dona Hilda conviveu muito com o falecido professor Pedro Teixeira (nosso homenageado), “Pedro Teixeira foi quem me apoiou e quem me dizia: ‘Dona Hilda a senhora é maravilhosa porque a senhora sabe o que está fazendo’. Pois o meu Pagode é autêntico, sem misturar com outras coisas. Ele me apresentava nos locais... Pedro Teixeira foi a maior pessoa que me considerou”

Dona Hilda era assim: simples, durona, exigente, responsável, e acima de tudo, uma figura simpática que representava uma grande parcela da nossa cultura... “Sei guerreiro... chegança... já dancei tudo isso., mas a memória não me ajuda mais”, e modesta, tanto é que quando perguntada sobre seu maior sonho ela respondeu: “Meu maior sonho é o meu Pagode. Essa é a minha ‘brincadeira’... é tudo para mim... é o que me deixa feliz”.


 
Dona Hilda Maria da Silva, tinha 89 anos de idade. Deixou 8 filhos (4 homens e 4 mulheres), mais de 30 netos, 16 bisnetos e 8 tataranetos. Seu filho mais velho é Natanael, de 72 anos. Da família, participavam do grupo Pagode Comigo Ninguém Pode: 03 filhas, 01 sobrinha e 05 netos. "Segundo Josefina Novaes, Presidente da Associação dos Folguedos Populares de Alagoas (ASFOPAL): "Dona Hilda era muito querida e é uma das maiores perdas da cultura popular de Alagoas, sem dúvida alguma".

Para Jurandir Bozo, músico, que hoje lidera o recém-fundado Clube do Coco, em Alagoas:"A energia que ela tinha era invejável... a cultura popular corria nas veias de Mestra Hilda... estamos tristes pois era uma grande referência".

O Coco está de luto, mas Alagoas deve muito a ela e só temos a agradecer por sua dedicação à cultura alagoana.



Coletivo AfroCaeté em MAR VERMELHO (AL)





27 e 28 de agosto de 2010
Mar vermelho – Alagoas
por Ábia Marpin


Com clima de festa no interior, com direito ao colorido dos folguedos da região agreste e a um rico intercâmbio cultural, recebendo artistas da capital e de outros cantos do nordeste, a 1ª Festa do Folclore tem tudo para ser um grande sucesso e um mergulho inesquecível nas riquezas da região agreste das Alagoas.

Serão dois dias de muita alegria e energia em homenagem e celebração ao dia do Folclore. Mar Vermelho receberá de braços abertos todos que queiram conhecer suas belezas naturais, o clima gostoso de eterno inverno. Pra completar a festança, se fará palco para grandes artistas apresentarem seus trabalhos e para que a platéia desfrute das raízes do Folclore Nordestino.

A festa
O projeto da prefeitura de Mar Vermelho, por meio de sua Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Turismo, inclui shows com artistas de renome e com estilo regional, alternativo ou popular. O evento conta ainda com a chancela e o apoio da ASFOPAL (Associação dos folguedos populares de Alagoas) e da AMA (Associação dos municípios alagoanos).

A cidade
Mar Vermelho pretende explorar o turismo cultural e planeja se transformar em Pólo Cultural da Região do Agreste de Alagoas. Distante 107 Km da capital é o município de clima agradável e com a melhor água do Estado, cidade serrana, situada 636 metros acima do nível do mar, seu clima tem mínima de 13 e máxima de 26 graus.

PROGRAMAÇÃO

Dia 27 de agosto (sexta-feira)
20:00 horas – Banda de Pífano, Coco de Roda, Reisado e Pagode
21:00 horas – Banda Xote.com (AL)
23:00 horas – Eliezer Setton (AL)

Dia 28 de agosto (sábado)
20:00 horas – Bumba meu Boi, Guerreiro e Coco de Roda
21:00 horas – Coletivo AfroCaeté (AL)
22:00 horas – Khrystal e Banda (RN)

Mais Informações: (82) 9116-8732 - Roberta Aureliano (Secretaria de Cultura de Mar Vermelho)



Coletivo AfroCaeté e Khrystal (RN) em Mar Vermelho-AL


Com clima de festa no interior, com direito ao colorido dos folguedos da região agreste e a um rico intercâmbio cultural, será realizada, em Mar Vermelho, a 1ª Festa do Folclore. Serão dois dias de festança em celebração ao Dia do Folclore, incluindo na programação shows de artistas de renome de variados estilos – do regional e alternativo ao popular. O evento tem início a partir das 20h, quando subirão ao palco banda de pífano, coco de roda, reisado e pagode, seguidos da banda Xote.com e do forrozeiro Eliezer Setton. Já a noite do sábado será marcada por bumba meu boi, guerreiro e coco de roda, além dos shows do Coletivo AfroCaeté e de Khrystal e Banda, do Rio Grande do Norte. Mais Informações: (82) 9116-8732.

Coletivo AfroCaeté ☼ Quintal Cultural ☼ CEPA Quilombo ☼ Núcleo Cultural Zona Sul ☼ Palácio de Airá organizam um Agosto Popular


Seminário e Festival de Cultura Popular
Dia 25 de agosto - quarta-feira – 13h00

Local: Tenda Cultual da Universidade Federal de Alagoas - UFAL (Tabuleiro dos Martins. Ao lado da Biblioteca Central). Informação: 88014265/88781465
Abertura da Exposição Fotográfica Produção Cultural Popular em Maceió
Mesa: Políticas Públicas e Desenvolvimento Cultural: Socializando Experiências
Conferencistas: Clébio Araújo (Historiador/Uneal). Debatedores: Pai Célio Rodrigues (Casa de Iemanjá/Ponto de Cultura Quilombo Cultural dos Orixás); Denis Costa (CEPA Quilombo); Cadu Ávila e Bárbara (Coletivo AfroCaeté)
Atividade Cultural: Cine OLHO VIVO (Mestre Benom: O Treme Terra, de Celso Brandão e Nicolle Freire)
Dia 26 de agosto - quinta-feira – 14h00

Local: Palácio de Airá (Rua Olavo Bilac, Nº. 50 - Sítio São Jorge. Após o campo do Tejo, 2ª rua a esquerda, final da rua). Informação: 88459416/33759257
Mesa: Articulando os Mocambos: Tia Marcelina e os símbolos de Resistência Cultural Alagoana
Conferencista: Edson Bezerra (Sociólogo/Uneal) e Mãe Neide Oyá D`Oxum (Grupo União Espírita Santa Bárbara). Debatedores: Mãe Vera (Abassá de Angola de Oyá Igbalé); Christiano Barros (Coletivo AfroCaeté); Pai Elias (Palácio de Airá)
Atividade Cultural: Maracatu A Corte de Airá, Roda Aberta de Capoeira coordenada pelo grupo Axé Alagoas.


Dia 27 de agosto - sexta-feira - 14h00

Local: Sede do CEPA Quilombo (Rua Santa Luzia, nº 28, Jacintinho. Próx. a rádio 96 FM). Informação: 88586771/88273786
Mesa: Os impasses do carnaval popular
Conferencista: Bruno Cavalcante (Antropólogo/UFAL). Debatedores: Sávio de Almeida (Historiador/UFAL); Mãe Mirian (Ile Nifé Omí Omo Posu Beta); Zé do Boi (Liga dos Bois de Alagoas); Rogério Dias (Quintal Cultural); Sirlene Gomes (CEPA Quilombo)
Atividade Cultural: Mirante Cultural - Roda Aberta de capoeira coordenada pelo grupo Águia Negra, Amigos do Mar (Percussão/ Vila Emater), Coco de roda Xodó Nordestino (Sítio São Jorge)

Dia 28 de agosto – 14h

Local: Sede do Quintal (Rua Sol Nascente - Bom Parto (Próximo ao supermercado Unicompra). Informação: 88239713/881956
Mesa: Pensando uma gestão participativa: Novos Protagonistas no Cenário Cultural em Maceió
Conferencista: Waneska Pimental (Fundação Municipal de Ação Cultural). Debatedores: Paulo Poeta; Nonato Lopes (Núcleo Cultural/ Associação dos Folguedos Populares da Zona Sul); Viviane Rodrigues (CEPA Quilombo); Sandro Santana, Ernani Viana e Diogo Nego (Coletivo AfroCaeté); Andréia Carvalho e Fagner Dübrown (Quintal Cultural)
Atividade Cultural: Quintal Cultural - Coco de roda e Break com as crianças do Quintal,  Anônimos da Sociedade Underground (A.S.U) e Associação Alagoana de Hip Hop Guerreiros Quilombolas (Break / Graffiti / RAP)


Dia 29 de agosto - 15h

Local: Praça Santa Tereza (Vergel do Lago). Informação: 88218086
Encerramento das atividades – A produção Cultural Popular em Maceió
Homenagem a mestres e mestras alagoanos


Programação Artistico-Cultural (Praça Santa Tereza):
15h - Danças populares: Frevo, Break, Coco (Quintal Cultural)
15:30 - Maculêlê/ Roda de Capoeira (Grupos Legião e Federação Alagoana Abadá Capoeira)
16h - Toré de Índio (Axé Zumbi)
16:30 - Boi Excalibur (Quilombo Jacintinho)
17h - Rogério Dias, Fagner Dübrown e a Poesia Musicada no Pandeiro (Quintal Cultural)/ Demis Santana e a Arca da Cultura Popular/ Poesia de Cordel de Jorge Calheiros
17:30 - Guerreiro Vencedor Alagoano
18h - Amigos do Mar (Coco, Ciranda, Maracatu/ Vila Emater)
18:30 - Baianá Virgem dos Pobres
19h - Afoxé Odô Iyá (Casa de Iemanjá)
19:30h - Maracatu Abassá de Angola (Abassá de Angola de Oyá Igbalé)
20h - Afoxé Oju Omin Omorewá
21:30 - Coletivo AfroCaeté
21h - Maracatu A Corte de Airá (Palácio de Airá)
21:30 - Bois do Núcleo Folclórico Boi Alagoano
22h - Encerramento 


Homenageados:
Contra mestra do Baianá Flor de Liz
Dona Lurdes Lima (Núcleo Folclórico Boi Alagoano)
Dona Afra Soares e dona Maria José (Baianá Virgem dos Pobres)
Jorge Calheiros (Cordelista/ Clima Bom)
Mestre Zé Salu de Cajueiro (Coquista/embolador)
Mestre Juvenal Leonardo (Guerreiro Vencedor Alagoano/ Ponta Grossa)
Nonato Lopes (Articulador cultural/ Ponta Grossa)
Mestre Geraldo José (Axé Zumbi)
Achiles Escobar (Artesão)
Tororó do Rojão (Forrozeiro)
Chau do Pife (Músico)
Mestre Caveirinha (Capoeirista)
Maestro Genésio Leandro (Filarmônica São Pedro)

Organização:
Articulação pela Cultura Popular e Afro Alagoana
Quintal Cultural ☼ Coletivo AfroCaeté ☼ CEPA Quilombo
Núcleo Cultural da Zona Sul ☼ Palácio de Airá


Parceiros:
Associação dos Folguedos Populares da Zona Sul
Associação Alagoana de Hip Hop Guerreiros Quilombolas
Amigos do Mar (Vila Emater)
Afoxé Oju Omin Omorewá
Abassá de Angola de Oyá Igbalé
Arca da Cultura Popular
Ilê Axé de Oxum Pandá
Projeto Cine OLHO VIVO



Realização:
Secretaria de Estado da Cultura de Alagoas – SECULT-AL
Fundação Nacional de Arte - FUNARTE



Apoio:
Fundação Municipal de Ação Cultural
Secretaria Municipal de Direitos Humanos, Segurança Comunitária e Cidadania
Engenharia Santa Bárbara
Unicompra
PROEST/UFAL


* Os conferencistas doaram seus cachês
para a organização do Festival de Cultura Popular

Informação e Inscrição:

Música de Qualidade!




Histórias não contadas - Tia Marcelina


Tambores de Alagoas

Edson Moreira
Griot – Um contador de histórias



Nos primeiros quinze anos do século passado, principalmente no ano de 1912, houve uma perseguição em massa as religiões de matriz africana. Estas passavam por uma prova de fogo para verificar se realmente havia incorporações de entidades nos Pais de Santos, Mães de Santos e Filhos de santos, nos Babalorixás em geral.

A prova constava, algumas vezes, em queimar o Babalorixá com um charuto aceso, se ele estivesse incorporado não sentiria dor e seria liberado, caso contrário seria preso em uma cela especial que possuía seu teto revestido com placas de gelo chamada de “geladeira” (localizada na Praça das Graças, ao lado da Igreja Nossa Senhora das Graças – no Bairro da Levada), cujo, Delegado titular era o Sr. Juca Mendes que morava ao lado da família do Dr. Artur Dorvillé, vizinho ao 1° Centro de Saúde Pública, que na maioria das vezes levava a morte os Babalorixás. Porém, antes de serem presos, a polícia colocava os objetos sagrados do Peji na cabeça dos Babalorixás, obrigando-os a andar pelo centro da cidade afirmando sua condição de macumbeiro.

A perseguição e a discriminação aos negros em Alagoas existiram desde a época do Quilombo dos Palmares, pois a ordem era exterminar, eliminar, massacrar todos os Quilombolas. Muitos babalorixás fugiram para Pernambuco e Salvador onde havia grande aglomeração de negros.

Em Alagoas, uma das vítimas desta perseguição foi Tia Marcelina uma figura semelhante a Mãe Menininha do Gantois. Tia Marcelina era uma ex-escrava africana de Janga, Angola, era uma descendente do Quilombo dos Palmares e de família real africana e juntante com Manoel Gelejú, Mestre Roque, Mestre Aurélio e outros fundaram os primeiros Xangôs do Brasil, no bairro de Bebedouro – Maceió – Alagoas. Ela tinha o saber, o carisma e a voz viva dos Orixás, sendo contemplada com a coroa de Dadá, homenagem outorgada pelos oráculos do continente africano, era o posto mais alto da hierarquia religiosa africana no Brasil e que significava na liturgia africana “irmão mais novo de Xangô”. O seu terreiro (casa de toque) estava situado num pequeno sítio atrás do Espaço Cultural da UFAL, hoje denominada Rua Sete de Setembro, lado direito do Riacho Salgadinho nas proximidades da Rua Aroeira onde já funcionou o Cartório da 13ª Vara Criminal de Maceió.

Informações colhidas do Mestre Zumba, filho de Dona Hortência, Filha de Santo de Tia Marcelina, que ouvia muitas histórias dos antigos Babalorixás e da escravidão. Uma delas era a respeito da morte de Tia Marcelina, para a qual existem duas versões.

A primeira versão foi ao saber que ia ser visitada pela Liga dos Republicanos Combatentes (organização que perseguia os Xangôs em Alagoas e seus seguidores) com sede em Alagoas, chefiada pelo sargento que não tinha uma das pernas e ex-combatente da Guerra dos Canudos, Manoel Luiz da Paz, ela preferiu atirar-se na cacimba existente no quintal de seu terreiro. A Segunda Versão, contada por sua Filha de Santo Hortência, foi que por não aceitar submeter-se a aquelas humilhações, teria sido espancada e morta com ferimentos de sabre na cabeça. Mas antes de morrer teria amaldiçoado a cidade dizendo: “Maceió é um dia só”, profetizando que, Maceió não teria futuro, que todas as ações feitas pelos poderes, na cidade, não dariam certo. É bom salientar que o guarda civil que espancou Tia Marcelina morreu com o lado do corpo completamente seco coincidentemente o braço e a perna que atingiram e espancaram Tia Marcelina.

Uma das causas da perseguição religiosa das matrizes africanas em Maceió em 1912, foi a divergência de duas facções políticas. Uma que freqüentava e era adepta dos terreiros e a outra não simpatizante. Esta última para atingir seus opositores realizou o “Quebra”, como ficou conhecido esta violência religiosa.

O Quebra era a destruição dos terreiros de Alagoas. Os objetos sagrados dos Pejis que restaram após o Quebra, hoje se encontram no Museu Histórico de Alagoas.

Isto aconteceu nos anos idos de 1912, os brancos dominantes da época, não registraram esta história. Mas hoje, eu negro, Edson Moreira, conto para vocês.

Esta história é verdadeira e foi contada oralmente pelos mais antigos de minha geração: de Pais de Santos para Filhos e de irmão para irmão e de avô para netos e bisnetos e hoje chega aos seus ouvidos.

Cultura Popular Alagoana no Jaraguá


Adquira seu Xequerê (Agbê)


Xequerê,  ou  Agbê,  é  um  instrumento  de  origem  Africana (gêge-nagô) indispensável nas festas dos terreiros de umbanda e candomblé, muito utilizado por afoxés e maracatus e outras manifestações. Feito de uma cabaça cortada em uma das extremidades e envolta por uma rede de contas, possui um som bastante particular. Além de possuir incrível beleza estética, suas contas formam lindos desenhos.

Adquira o seu, ligue:

(82) 8898-0760 / 9934-1918
(Almir/AfroCaeté)

AfroCaeté é selecionado para o fazer apresentação no Teatro de Arena



DITEAL anuncia selecionados para temporada 2010 do Instrumental no Arena


A Diretoria de Teatros do Estado de Alagoas (DITEAL) que administra os Teatros Deodoro e de Arena Sérgio Cardoso divulgou nesta segunda (31) o resultado dos selecionados para o projeto Instrumental no Arena. “Conseguimos diversificar bastante a grade de espetáculos desta edição... a seleção foi muito difícil por causa da alta qualidade dos propejos inscritos, mas temos a certeza que daremos continuidade, em seu terceiro ano, ao ‘Instrumental’ trazendo ao público uma grande mostra da atual produção de música instrumental de Alagoas”, explicou Alexandre Holanda, Diretor Artístico-Cultural da DITEAL.

Em sua terceira edição o projeto que estimula a produção da música instrumental em Alagoas selecionou seis propostas de shows, sendo que a abertura será com um show em homenagem ao grande baterista alagoano Beto Batera (numa iniciativa da própria DITEAL) que faleceu recentemente que tanto influenciou várias gerações de músicos de Alagoas. O Instrumental no Arena acontecerá sempre na primeira quinta-feira de cada mês, com exceção do show de abertura, com ingressos a R$ 5,00 e R$ 10,00 e a bilheteria é revertida totalmente para o grupo ou artista.

A programação é:
15/07 – Abertura com show “Bate Batera” em homenagem a Beto Batera
05/08 – Violão em Chamas - com Nicolas Silva
02/09 – Dueto de Mestres – com Zé Barros e Toni Augusto
07/10 – Chorar Simplesmente – com Robson Amorim
04/11 – AfroCaeté Instrumental: uma batida entre sopros e cordas – com Coletivo AfroCaeté
02/12 – Bem vindo a sua imaginação – com a banda Projeto Sonho

Até o fim desta semana serão divulgados os selecionados do projeto Quarta no Arena, dedicado à produção teatral de Alagoas.

Maiores informações:
(82) 3315-5665
www.teatrodeodoro.al.gov.br
http://ascomteatro.blogspot.com

Chau do Pife


Cultura popular - Nas cores do Maracatu


Coletivo Afrocaeté representa Alagoas numa das principais festas da cultura popular do Nordeste, com apoio da Secretaria de Estado da Cultura
Renato Medeiros - Colaborador
Todo 1º de maio a Praia do Paiva, localizada no Cabo de Santo Agostinho (PE), abriga a Festa da Lavadeira, considerada uma das maiores festas da cultura popular do Nordeste e também patrimônio de Pernambuco. Em sua 24ª edição, o evento irá reunir 48 atrações. Com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), Alagoas será representada pelo Afrocaeté, coletivo de maracatu.

Das 10h às 21h deste sábado, a movimentação será grande nos quatro palcos que serão montados na Praia do Paiva. Em cena, grupos de maracatu, coco de roda, ciranda, caboclinho, pastoril profano, entre outros. Mas a festa não ficará apenas nos palcos. Haverá cortejos desses grupos pelas ruas da cidade.

O coletivo Afrocaeté, formado no início de 2009, também levará o Boi Excalibur e Chau do Pife. A iniciativa faz parte da postura que o coletivo adota de apoiar outros nomes da cultura popular de Maceió, como o maracatu Nação a Corte de Airá, do Sítio São Jorge; o Núcleo Cultural da Zona Sul, do Vergel do Lago; e Quintal Cultural, da Cambona.

Este é o segundo ano em que o Afrocaeté representará Alagoas na Festa da Lavadeira. Em 2009, a Secult também apoiou a ida do grupo. O convite foi feito diretamente por Eduardo Lages, organizador do evento. “Quando ele soube do surgimento do coletivo tratou logo de chamar a gente para representar Alagoas na Festa e nós aceitamos”, afirma Vanessa Elisa, uma das integrantes do Afrocaeté.

Dois ônibus levarão a delegação alagoana ao Cabo de Santo Agostinho. No primeiro, irão os grupos que subirão ao palco; já o segundo, é destinado àqueles que desejam conhecer a festa. Os interessados em participar da excursão podem fazer reservas pelos números (82) 8808-9693 e (82) 9920-2007. O custo da viagem é de R$ 45,00 (ida e volta). A saída está marcada para as 6h, na Praça Sinimbu, Centro.

Fonte:
Agência Alagoas - AL
29/04/2010 - 17:25
←  Anterior Proxima  → Página inicial