NOVEMBRO DA CONSCIÊNCIA E CULTURA DE RESISTÊNCIA


“Celebrando o Mês da Consciência Negra em Alagoas”

Coletivo AfroCaeté * Maracatu Nação A Corte de Airá * Quintal Cultural * CEPA Quilombo * Núcleo Cultural da Zona Sul * Afoxé OJu Omin Omorewá * Maracatu Raízes da Tradição (Abassá de Angola de Oyiá Igbalé)

Em novembro estaremos comemorando o Mês da Consciência Negra com diversas atividades. Segue algumas atividades do Coletivo AfroCaeté e da Articulação pela Cultura Popular e Afro-Alagoana.

03/11 (Qui) / Cine Clube Gênios da Raça / Mirante Kátia Assunção-Jacintinho – Exibição do vídeo Garrincha – Alegria do Povo (70 min, 1962, Doc/Dir. Joaquim Andrade). Parceria entre CEPA Quilombo e Filme de Quinta.

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05/11 (Sáb) / Mirante Cultural / Jacintinho – Comemoração do aniversário do Quilombo: Noite, 19 Horas, Mirante Kátia Assunção: Roda Aberta de Capoeira coordenada pelo grupo Águia Negra; Demonstração de combate da Associação Puma De Ferkundô e da Associação De Jet Jutsondô; e Pagode com Amigos de Ramos. E, às 21 Horas, Kizomba na Sede do CEPA-Quilombo.

06/11 (Dom) / Ensaio Aberto e Cortejo / Jaraguá – O Coletivo AfroCaeté fará cortejo pelas ruas de Jaraguá e batucada às 17h, na Praça Rayol (Arthur Ramos). O ensaio contará com a presença de representantes do Maracatu A Corte de Airá. Concentração às 14h, na sede do Coletivo (Rua Barão de Jaraguá, 381).
  

07/11 (Seg) / Coletivo AfroCaeté / UFAL – O AfroCaeté estará fortalecendo os Projetos Vivendo Maracatu (Parceria AfroCaeté/UFAL) e Maracatu no Morro (Parceria AfroCaeté/Maracatu A Corte de Airá/UFAL) na abertura da Semana de Geografia.

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10/11 (Qui) / Cine Clube Gênios da Raça / Mirante Kátia Assunção-Jacintinho – Exibição do vídeo Cartola – Música para os olhos (85min, 2006, Doc./Dir. Lírio Ferreira e Hilton Lacerda) Parceria entre CEPA Quilombo e Filme de Quinta.

12/11 (Sáb) / Coletivo AfroCaeté / Jaraguá – Oficina de Dança Afro ministrada pelo Diego (ierum) na sede do Coletivo AfroCaeté.

12/11 (Sáb) / AfroCaeté / Arapiraca – O Coletivo AfroCaeté se apresentará junto com a dança afro da comunidade quilombola de Pau d’Árco.


12 (Sáb) / Quintal Cultural / Bom Parto - Rua Sol Nascente (Próximo ao supermercado Unicompra).

13/11 (Dom) / Ensaio Aberto e Cortejo / Jaraguá – O Coletivo AfroCaeté fará batucada às 15h, na sede do do grupo (Rua Barão de Jaraguá, 381). A atividade contará com a presença de representantes do Maracatu A Corte de Airá.

 

13 (Dom) / Núcleo Cultural da Zona Sul / Vergel do Lago – Tarde, 15h: Atividade Cultural dos grupos que compõem o Núcleo: Orquestra de Tambores de Alagoas, Baianá Flor de Lis, Axé Zumbi/Toré de Índio (Mestre Geraldo), Guerreiros Mensageiros de Padre Cícero e Vencedor Alagoano, cordelista Jorge Calheiros, grupo Airê Iorubá, Maculelê e Roda Aberta de Capoeira da Federação Abadá Capoeira e Legião Capoeira, entre outros.

15/11 (ter) / AfroCaeté / Vilagem Campestre – Ensaio Aberto do Coletivo com o percussionista africano Meki Nzewi (http://mekinzewi.com/Bio), às 9h, no Guesb (Village Campestre).

17/11 (Qui) / Cine Clube Gênios da Raça / Mirante Kátia Assunção-Jacintinho – Exibição do vídeo Isto É Pelé (75 min, 1974, Doc./Dir. Eduardo Escorel e Luiz Carlos Barreto). Parceria entre CEPA Quilombo e Filme de Quinta.
18/11 (Sex) / Maracatu A Corte de Airá / Jaraguá – Cerimônia de Coroação do Maracatu A Corte de Airá na Praça da Igreja Nossa Senha Mãe do Povo.

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19/11 (Sáb) / Maracatu A Corte de Airá / Jaraguá – “Tambores De Xangô Rezado Baixo” na Praça Dois Leões (homenagem aos Sacerdotes e Sacerdotisas perseguido em 1912, Época do Quebra). O Coletivo AfroCaeté e diversos grupos irão se apresentar no evento.

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19/11(Sáb) / Quintal Cultural / Bom Parto - Rua Sol Nascente (Próximo ao supermercado Unicompra).
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20/11 (Dom) / Consciência Negra / Serra da Barriga-União dos Palmares (AL) – Na programação o Maracatu Nação a Corte de Airá, a Malungos do Ilê, o Inaê, a Cia. Sururu de Capote e o Coletivo AfroCaeté se apresentarão durante as atividades da Serra. À noite a batucada será no centro da cidade de União dos Palmares.


24/11 (Qui) / Cine Clube Gênios da Raça / Mirante Kátia Assunção-Jacintinho – Exibição do vídeo É Simonal (87 min,1970, Ficção/Dir. Domingos Oliveira). Parceria entre CEPA Quilombo e Filme de Quinta.

25/11 (Sex) / CEPA Quilombo / Jacintinho – Noite, 19h: Roda Aberta de Capoeira coordenada pelo grupo Águia Negra; Maracatu Raízes da Tradição (Abaçá de Angola de Oyá Igbalé); Grupo Airê Iorubá; Dança Afro com os alunos da oficina de dança do Cenarte (Prof. Edu Passos); Monologo Vovó Josefa e Memê (Alunos Daquinta Cultural/Ufal); e o Espetáculo África (Flexeira/AL).

26/11 (Sáb) / Exposição “Festas das Águas”/ Jaraguá – Lançamento da exposição "Festa das Águas", às 21, no espaço de exposição da Rosa Mossoró. Com fotografia de Thiago Biacheti, Juliana Barreto, Christiano Barros e Sandreana Melo retratando a Festa no dia 8 de dezembro na pajuçara. Será exibido o vídeo Eruyá que retrata a Festa de Iemanjá entre os anos de 2006 e 2008. O lançamento contará com a presença de membros do AfroCaeté.

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27/11 (Dom) / Ensaio Aberto e Cortejo / Jaraguá – O Coletivo AfroCaeté fará batucada às 15h, na sede do do grupo (Rua Barão de Jaraguá, 381).

08/12 (Qui) / Festa da Águas / Pajuçara – O AfroCaeté, o Inaê (Guesb), o Maracatu A Corte de Airá, o Airê Iorubá, o Afoxé Oju Omin Omorewá, o Maracatu Raízes da Tradição (Abassa de Angola), o CEPA Quilombo (Performance Capote) e diversos outros grupos irão se apresentar na Festa da Águas, na praia de Pajuçara.
11/12 (Dom) / Oficina de Maracatu / Jaraguá – O Coletivo AfroCaeté realizará oficina de Maracatu, das 14 às 17 horas, na Sede do Coletivo AfroCaeté. Faça download do formulário para Pré-inscrição e envie para afrocaete@gmail.com .


A Cia. Urucungo e o Coletivo AfroCaeté convidam para a oficina de Capoeira Angola que será realizada entre os dias 20 e 22 de outubro, no Espaço Coletivo AfroCaeté (Jaraguá). A oficina será orientada pelo professor Gilson Vilela e faz parte do projeto Roda de Saberes que visa promover oficinas e rodas de discussão que contribuam para a difusão da arte da Capoeira Angola em Alagoas.

Informações podem ser obtidas pelos telefones (82) 8858-6771/ 8845-4068.

Coletivo AfroCaeté une tradição e modernidade – Joel Moraes



Cultura de raiz africana floresce em Alagoas, através da visão do grupo

A inspiração do Coletivo AfroCaeté provém de uma raiz ancestral, a cultura africana, mas o grupo não se limita apenas a sentar à sombra dessas tradições, também cultiva e produz novos frutos, unindo a dança e o ritmo da África com a criatividade própria de Alagoas.

Em atividade desde 2009, o Coletivo tem como proposta original conhecer e tornar conhecidas as diversas manifestações populares, em especial, as que unem o legado africano e a interpretação nordestina. Daí surge a característica marcante do grupo, a observação da fluidez cultural, a forma como a arte não permanece estagnada, mudando e crescendo, um organismo intelectual resultante de sucessivos encontros entre visões diferentes.

Atualmente, 50 integrantes participam das atividades, com a liderança do Ogan e percussionista Sandro Santana. Na sede, em Jaraguá, são realizados ensaios semanais nas tardes de domingo, ao som de instrumentos como a alfaia, a caixa de guerra, o gonguê, o agogô, o xequerê, o djembê, o atabaque e o pífano, entre outros. Durante o mês de outubro, o AfroCaeté realiza uma oficina de maracatu, buscando ampliar essa manifestação cultural em Alagoas.
Em entrevista exclusiva por email, o Coletivo fez jus ao nome, respondendo as perguntas coletivamente:

JM - Como surgiu e o que é o Coletivo AfroCaeté?

CAC - No contexto de surgimento do grupo estava um movimento de afirmação da identidade, de pertencimento a um lugar, não só como algo físico e espacial. A gente acredita que a identidade cultural e a noção de pertencimento a localidade se fortalece a medida que a gente solidifica os laços de ligação com o tradicional, com a cultura tradicional. A gente não acredita que cultura possa ser resgatada. Enquanto grupo a gente pretende celebrar essa modernidade, essa universalidade, essa dinamicidade que é identificada na cultura popular, na cultura tradicional, na cultura afro.

Antes de formar o grupo a gente vinha sentindo a necessidade de estar mais perto dos espaços de produção de cultura na periferia e, dos terreiros de candomblé que a gente considera verdadeiros centros de resistência da cultura africana no Brasil. Então a gente passou a não conceber que se destitua o batuque da cultura afro-religiosa. O Brasil, e especificamente Alagoas, tem uma dívida histórica com a cultura afro-religiosa, com as religiões de matrizes africanas, de um modo geral. Não é a toa que existe uma invisibilidade do batuque e das manifestações culturais de origem afro religiosa em Alagoas.

JM - O maracatu é considerado manifestação cultural pernambucana. Vocês concordam com essa definição ou vêem o legado africano como sendo maior que as fronteiras entre nossos estados?

CAC - Maracatu é uma manifestação da cultura popular. E cultura popular é do povo.   Atualmente o maracatu de Alagoas sofre influência do maracatu que é feito no estado vizinho. No passado, maracatus, afoxés e outras manifestações eram comuns nos terreiros de Xangô e Candomblé em Alagoas. Muitas manifestações foram extintas com a perseguição aos terreiros, principalmente após a infeliz ação conhecida como “o quebra de Xangô”, que teve seu ápice 1912 com a morte em praça pública de Tia Marcelina, ícone da Cultura Negra em Alagoas. Inclusive registros indicam que no seu terreiro existia um maracatu. As manifestações culturais de origem afro-religiosa que conseguiram resistir foram tachadas ou autodenominaram-se de folclóricas para continuar existindo. Isso aconteceu também com as práticas indígenas.

É importante frisar que cultura popular é dinâmica, em constante transformação, ela dialoga com a modernidade. A junção de elementos, o hibridismo presente em manifestações da cultura popular, sempre impressiona muito. Mostra o quanto é rica e complexa a cultura. Mudança é algo que não devemos nos preocupar. A gente tem mais é que celebrar a modernidade, a universalidade, a dinamicidade presente na cultura popular, na cultura tradicional, na cultura afro.

JM - Hoje, qual a situação do maracatu em Alagoas?

CAC - No próximo mês, será coroado o Maracatu Nação A Corte de Airá, ligado a uma Casa de Axé que está localizada entre o Sítio São Jorge e a Grota do Arroz, aqui em Maceió. Será um momento especial.

A gente tá vivenciando um novo e importante momento. Alguns grupos ressurgem em Alagoas. E esse fenômeno é positivo na medida em que vem acompanhado de conscientização e conhecimento das práticas ligadas a cultura negra. E da possibilidade da inserção da cultura negra em diversas classes sociais. Assim, os grupos atuais podem se tornar aliados na luta por respeito a diversidade, seja ela cultural ou religiosa.

Em Alagoas existe uma invisibilidade do batuque e das manifestações culturais de origem negra, sobretudo de origem afro-religiosa. No passado a sociedade tinha aversão aos afoxés e maratatus, por causa da associação com a vida religiosa, chegavam considerá-los como sendo a própria religião. Hoje o preconceito continua forte a qualquer tipo de manifestação que tenha associação direta ou indireta com as religiões de matrizes africanas, e isso nos chama a responsabilidade. Chama a responsabilidade a todos os grupos que tem em sua base a percussão de origem afro-religiosa. Independente de classe, o batuque tem um chamamento ancestral, e ele também chama para a luta por respeito a diversidade.

JM - O que levou à proposta da oficina de maracatu?

CAC - Entre os objetivos, a difusão do batuque de maracatu, e da cultura popular de um modo geral. Nós acreditamos que cultura popular e tradicional é capaz de elevar a consciência e a auto-estima e isso contribui para melhorias das condições de vida das pessoas. A oficina também possibilita o ingresso de novos membros ao Coletivo AfroCaeté.

JM - Vocês acreditam que a internet e, principalmente, as redes sociais podem representar uma renovação na forma de aproximar a população e a arte?

CAC - Com abrangência ainda limitada, a internet é um importante veículo de comunicação. Para o Coletivo AfroCaeté, a internet, e especificamente as redes sociais, representa um canal acessível e direto com pessoas e grupos. O nosso blog representa hoje um dos principais documentos do grupo:
www.coletivoafrocaete.blogspot.com e no Twitter: @afrocaete


Oficina de Inicialização a Capoeira Angola - Professor Gilson Vilela





Gilson Vilela, Conhecido como João na roda de capoeira, vem contribuindo significativamente para o desenvolvimento da Angola em Alagoas. Desde muito cedo militante das causas sociais, o professor Gilson é também interprete de libras e fotógrafo.

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