Batuque na Jatiúca...



Estamos em Luto...



Na cidade mais violenta do Brasil a morte está cada vez mais perto de nós. Desta vez nos tirou Guto Bandeira (músico, ativista social, militante negro, capoeirista...)... e deixa no lugar uma lacuna imensa! Nos tira de maneira estratégica, e trágica. Ontem, 6 de fevereiro, durante o velório no Brasil Novo (Rio Largo), um companheiro de Guto, nos falava que ele olhava para as ruas do bairro e dizia: “meu irmão, isso aqui é muito sinistro! Precisamos fazer algo...”. E ele fazia: organizava paradas culturais no bairro e participava ativamente de diversos grupos de música e cultura popular. O bumba meu boi que sairia no domingo de carnaval no bairro está esperando por ele, esperando os últimos adereços. Gutemberg não vai voltar mais. Não vai voltar para o boi, não vai voltar para o coco de roda, não vai voltar para a capoeira, não vai voltar para o batuque... Agora é a gente tentar aprender com o exemplo que ele nos deixou. Poucas palavras e muito trabalho pela cultura alagoana. Agora é lutar para que outros companheiros não sejam levados como ele foi levado. E eu queria ter dito pra ele: “velho, você é muito importante...”. Não disse! Talvez por falta de oportunidade. Então... digo agora!

Christiano Barros (É batuqueiro do AfroCaeté)

Canção para Gutemberg - Demis Santana


Canção para Gutemberg
 Demis Santana
Jamaica, eu prefiro te ter sorrindo com os olhos, soprando num sax dourado a satisfação/ Ou olhar pra você no infindo caminho/ Brilhando um luzir prateado na escuridão/ eu prefiro saber que a tua centelha já gigante virou estrela que brilha no céu/ Por que não transformar o passar desses dias em letras e melodias e cantar pra você? / prefiro converter o sal dessas lágrimas em interligadas palavras de um poema pra ler. ALMA LEVE/ GUTEMBERG/O HOMEM, O MENINO, O MOLEQUE, O FANTÁSTICO SER!

Cortejo Afro Tia Marcelina - Agradecimentos




Gostaríamos de agradecer a todos as pessoas, grupos e apoiadores que contribuíram para a realização do Cortejo Afro Tia Marcelina. Agradecemos especialmente:

À Mãe Vera (Maracatu Raízes da Tradição) que nos deu força;

Ao Demis Santana que não mede esforços para nos apoiar;

Ao artista plástico Alex Lima pelo apoio que nos vem dando e pelo belíssimo estandarte especialmente confeccionado para o AfroCaeté;

Ao Seu Dudu Bandeira (Sururu é Arte) que se fez presente e alegrou o cortejo.

À Isabel Caetano e ao Adeilson Alexandre, o Dé, do Afoxé Oju Omin Omorewá, que trouxeram muito axé nas músicas cantadas durante o cortejo na Rua Barão de Jaraguá;

À Nany Moreno, Aninha, Rosângela (Omorewá) e Olodum (Inaê/Guesb) que abrilhantaram o cortejo e espalharam axé pelas ruas de Jaraguá;

Ao Ítalo Renato que lá na Viçosa (AL) nos possibilitou vinda da Afro Gurungumba a Maceió e ao Paulinho Xavier que com maestria conduziu o grupo e nos mostrou a força dos tambores negros da Viçosa;

Ao Diego Bernardes (Aiê Orum) que ajudou a botar ordem ao cortejo.

À Vivi e Sirlene (Cepa Quilombo/ Jacintinho) que marcaram presença, sempre dispostas em colaborar.

Ao Zé Carlos e Sérgio Santana, mestres do Arê Yorubá, dois guerreiros negros da Zona Sul de Maceió.

Ao Nonato Lopes (Núcleo Cultural da Zona Sul) que sempre nos fortalece com a sua pareceria;

Ao mestre César e ao Betinho que presenteou a todos com uma grande apresentação do Mandela na concentração do Cortejo;

Ao Pai Manoel Xoroquê e membros do Afoxé Povo de Exu (Ilê Axé Legionirê/Benedito Bentes) que marcaram presença durante o cortejo;

Ao professor Tininho, grande difusor da dança afro em Alagoas, que nos honrou que a sua presença;

Ao Ticianelli e a todos que fazem o Jaraguá Folia pelo apoio na concentração do cortejo.

À Articulação dos grupos da Cultura Popular e Afro-Alagoana; Ao Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social e Trabalho no Estado de Alagoas (SINDPREV-AL); Ao Unicompra; E à Secretaria de Educação de Viçosa (AL).

"Minha tribo é coletiva...!"



 "Coletivo, desde sexta-feira eu não consigo ainda definir/digerir o nosso cortejo. Muitas coisas me passam à cabeça e, de certa forma, atravessam toda e qualquer impressão sobre o que foi - ou possa ter sido - percorrer as ruas do Jaraguá no dia 01 de fevereiro. Estava tudo muito lindo! Estava tudo muito forte! Mas, é como se restasse um 'se' em suspenso na minha alma. Isso mesmo. Uma partícula apassivadora, um resto de ilusão, uma desordem, um grito a ser dado. 
Estávamos vestido para a guerra! Com o rosto pintado numa alegoria que nos aproximou da melhor tradução do MARACATU! Estávamos com nossas vozes guerreiras bonitas que agregam! Nunca estivemos tão AFROCAETÉ! Nunca estivemos tão Coletivo! Foi simplesmente lindo ver o AfroMandela, o povo do Omorewá, Paulinho e todas aquelas crianças do Afro Gungumba... Tudo isso me enche de alegria. E para a nossa história, sem dúvida, foi um grande ato. 
Hoje, depois de muito conversar com algumas pessoas, penso que talvez toda a estranheza [e peso] sentida durante o cortejo ainda seja reverberações de nossa ancestralidade. Ir para as ruas do Jaraguá, fazer o tambor bater 101 anos depois do silenciamento à sangue vivo foi um manifesto de bravura. Cortejar as ruas do Jaraguá é muito mais que folia. É um ato de respeito a nossa história, à todos que vieram antes de nós, e firmar mais uma vez o nosso compromisso em seguir nesta peleja.
 
Salve Tia Marcelina!
Parabéns a todos e todas que estiveram nesta guerra bonita. Parabéns aos nossos quatro anos de vida, de coletividades!

Cada um de nós tem uma força e um papel importante neste processo. Que tenhamos sempre paciência para seguir firme nos contratempos!

Agora o ano começa!

Parabéns COLETIVO AFROCAETÉ!"

Renata Guerda (é Batuqueira do AfroCaeté)

"Foi no cortejo para Tia Marcelina..."


 
 "O Cortejo passado me trouxe até aqui. No cortejo passado estive do lado de fora e me emocionei em vários momentos, o corpo arrepiava... aff Maria! Foi uma energia que nunca tinha sentido, mesmo tendo o tambor como meu companheiro desde sempre. Eu que já conhecia o Coletivo a alguns anos me senti parte daquela energia toda a partir daquele dia e minha admiração de lá pra cá só cresceu. Eu tenho que agradecer pelas coisas boas e confessar vocês me fazem bem demais! Cada um sabe como chegou ao Coletivo e sabe o que este misto de energias pode fazer na vida de um individuo. Eita Coletivo, assim você me mata de tanto orgulho! Definitivamente não somos só tambores na rua. Muito Feliz! Parabéns pra nós!!!" 
Luana Costa (Faz parte do Instituto Legionirê, é vocalista e compositora do AfroCaeté)
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