Aquecimento Cortejo Tia Marcelina


"Chão já tremeu, o Cortejo já vem vindo..." e como a gente gosta de festa e de tambor rufando, neste domingo dia 28/01 vai ter a prévia da prévia, também conhecida como o AQUECIMENTO MAIS ESPERANDO DO ANO!
A festa começa às 14h lá na sede, mas ATENÇÃO: sairemos em cortejo pelas ruas do Jaraguá logo em seguida, então se não quiser perder nenhum momento da festa (e perder o cortejo) chegue cedo! 
Caso você chegue e não encontre ninguém na sede vai seguindo o som dos tambores e acha a gente! 
E não precisa nem dizer que nosso bar estará funcionando com a cerveja mais gelada da cidade! 

Em breve mais informações!

Cortejo Tia Marcelina


Em 2010 o Coletivo Afrocaeté e seus parceiros se uniram com o intuito de homenagear Tia Marcelina, símbolo de resistência na luta contra todo e qualquer ato de intolerância religiosa. Surgia assim o Cortejo Tia Marcelina.
Ao longo destes anos, vários grupos de cultura afro de Alagoas firmaram seu espaço pelas ruas do Jaraguá, enfrentando muitas vezes as dificuldades impostas pela organização do Jaraguá Folia.
Diferente dos blocos tradicionais, com as já conhecidas fantasias e as marchinhas de carnaval, o Cortejo Tia Marcelina traz para o Jaraguá dos dias atuais o toque dos tambores que não se calaram e as músicas e trajes que contam histórias de luta e de fé do povo alagoano.
Em 2018, as prévias do Jaraguá caem no dia 02 de fevereiro. Dia do Quebra de Xangô. Sairemos pelas ruas tocando nossos tambores em sinal de respeito aos nossos ancestrais. Vestiremos as cores de Xangô e a cada rufo de alfaia a justiça ecoará.
A concentração do Cortejo será às 19h na sede do Coletivo Afrocaeté. Salve Tia Marcelina!


Tia Marcelina


Tia Marcelina tornou-se símbolo de um dos atos mais violentos de intolerância religiosa contra as casas de culto afrobrasileiras: O Quebra de Xangô, ocorrido em 1912, em Alagoas.
Na madrugada do dia 2 de fevereiro daquele ano, Babalorixás e Yalorixás tiveram seus terreiros invadidos por uma milícia denominada Liga dos Republicanos Combatentes, seguida por uma multidão enfurecida, que assistiu a retirada forçada de seus objetos de culto sagrados, que foram expostos e queimados em praça pública numa demonstração de racismo, preconceito e intolerância religiosa para com as manifestações culturais de matriz africana.
O "Quebra" chegou ao terreiro de Tia Marcelina, mas ela não arredou o pé. Alguns filhos de santo conseguiram escapar. Os que permaneceram com a Mãe de Santo sofreram todo tipo de violência. Tia Marcelina resistiu com dignidade aos golpes físicos e psicológicos que recebeu. Contam que a cada chute recebido, ela clamava por Xangô, "Eiô, Cabecinha" e no outro dia, a perna do agressor foi secando, até que ele mesmo secou por completo.
Tia Marcelina faleceu vítima da violência e deixou na história sua força e resistência, se tornando um dos símbolos mais fortes de resistência afrobrasileira do País.

Quebra de Xangô


Em fevereiro de 1912, Maceió vivenciou um acontecimento de extrema violência e intolerância religiosa praticado contra as comunidades de matriz africana.
O fato conhecido como Quebra de Xangô, que foi impulsionado por interesses políticos, gerou um movimento de agressão, violência física e psicológica, destruição e perseguição às casas de culto africanas e a seus praticantes.
Acusados pelo Estado e pela mídia de praticarem bruxaria, pais e mães de santo tiveram seus terreiros invadidos, imagens sagradas quebradas, além de serem espancados em praça pública. Muitos deles tiveram que sair do estado para que pudessem continuar exercendo sua fé.
Os que permaneceram aqui conviveram com um período conhecido como Xangô rezado baixo, onde o som dos atabaques foram substituídos por palmas e qualquer representação das religiões africanas teve que ser disfarçada para que não chamasse atenção e despertasse novas agressões.
Quase 106 anos após este acontecimento, é importante relembrá-lo e discutir a respeito das práticas de intolerância religiosa que persistem contra às comunidades afro em Alagoas para que possamos desmistificar quaisquer formas de preconceito ainda existente.

O episódio conhecido como Quebra de Xangô foi um ato de violência praticado em 1º de fevereiro de 1912 contra…
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