"Minha tribo é coletiva...!"



 "Coletivo, desde sexta-feira eu não consigo ainda definir/digerir o nosso cortejo. Muitas coisas me passam à cabeça e, de certa forma, atravessam toda e qualquer impressão sobre o que foi - ou possa ter sido - percorrer as ruas do Jaraguá no dia 01 de fevereiro. Estava tudo muito lindo! Estava tudo muito forte! Mas, é como se restasse um 'se' em suspenso na minha alma. Isso mesmo. Uma partícula apassivadora, um resto de ilusão, uma desordem, um grito a ser dado. 
Estávamos vestido para a guerra! Com o rosto pintado numa alegoria que nos aproximou da melhor tradução do MARACATU! Estávamos com nossas vozes guerreiras bonitas que agregam! Nunca estivemos tão AFROCAETÉ! Nunca estivemos tão Coletivo! Foi simplesmente lindo ver o AfroMandela, o povo do Omorewá, Paulinho e todas aquelas crianças do Afro Gungumba... Tudo isso me enche de alegria. E para a nossa história, sem dúvida, foi um grande ato. 
Hoje, depois de muito conversar com algumas pessoas, penso que talvez toda a estranheza [e peso] sentida durante o cortejo ainda seja reverberações de nossa ancestralidade. Ir para as ruas do Jaraguá, fazer o tambor bater 101 anos depois do silenciamento à sangue vivo foi um manifesto de bravura. Cortejar as ruas do Jaraguá é muito mais que folia. É um ato de respeito a nossa história, à todos que vieram antes de nós, e firmar mais uma vez o nosso compromisso em seguir nesta peleja.
 
Salve Tia Marcelina!
Parabéns a todos e todas que estiveram nesta guerra bonita. Parabéns aos nossos quatro anos de vida, de coletividades!

Cada um de nós tem uma força e um papel importante neste processo. Que tenhamos sempre paciência para seguir firme nos contratempos!

Agora o ano começa!

Parabéns COLETIVO AFROCAETÉ!"

Renata Guerda (é Batuqueira do AfroCaeté)
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