por Carlos Martins
A música negra ganha uma representante em Alagoas. Luana Costa. Dona
de uma vóz poderosa e marcante que lembra a cantora baiana Margareth
Menezes e com uma presença de palco de roubar a atenção para ela.
Sua postura e desenvoltura lhe rendeu o prêmio de melhor interprete
na última etapa do 4º Festival de Música da Universidade Federal de
Alagoas (4º FEMUFAL), realizado no Centro Cultural e de Exposições em
Maceió, em 24/04/13, e a posição de segundo lugar com a música de sua
autoria intitulada Agô, que em yorubá significa licença.
Com humildade Luana pediu permissão para entrar no palco, mas nele
mostrou uma grandeza que se agigantava a cada verso entoado ao som
pulsante dos tambores do Afrocaeté.
Com uma apresentação tomada por uma energia sobrenatural ela arrancou
aplausos e a boa impressão do público que já pressentia algo diferente
acontecendo. Acompanhada de um coro de vozes de um coletivo Luana se
mostrava ainda mais segura de si.
O anuncio de sua escolha, como melhor interprete e segunda melhor
música do festival, por um grupo de jurados técnicos conhecedores de
música, produtores musicais e cantores já consagrados da música alagoana
levou a plateia ao delírio com um clima de "eu já sabia" no ar.
Ao receber os prêmios dedicou ao grupo que a projetou como cantora e
percussionista, o Afrocaeté. Um grupo formado por um coletivo de pessoas
que com muito amor produz música de qualidade e que mistura ritimos da
musicalidade negra tendo o maracatu como elemento cultural de base.
A música negra em Alagoas não está mais órfã.
Fonte: Correio de Alagoas