Um dos homenageados do Agosto Popular
de 2013, Dirceu Lindoso é responsável por (re)colocar na
historiografia oficial o negro e o índio sem as amarras que a visão
colonial. Dirceu Lindoso, nossa estrela maior da
etno-história alagoana, foi quem destacou aos estudiosos das
ciências sociais do Brasil um movimento de memória e luta a partir
dos "vencidos", ou Papa-méis, foi como o autor levantou a
categoria ao longo de sua obra (coisa apenas pincelada pelos grandes
cientistas sociais Manuel Diégues Jr e Gilberto Freyre, por
exemplo); exemplo desse destaque é quando assim o fez ao reelaborar
a Guerra dos Cabanos nas matas do Tombo Real entre Alagoas e
Pernambuco no seu livro a Utopia Armada.
Dirceu Lindoso que tantas
vezes nos brindou com suas categorias destacadas do campo nativo,
como a reconhecida e a representativa imagem dos Papa-méis
“alabucanos”, figuras tão próprias da mistura bizarra que o
nosso cotidiano de pobreza e riqueza concebe e se encarrega de
produzir em nossas cidades, mais uma vez através do autor ganha
destaque e notoriedade analítica; Dirceu Lindoso merece mais do que
nunca esse reconhecimento tardio do Agosto Popular. Foi ele quem
reposicionou o negro brasileiro ao seu lugar de destaque na
historiografia oficial a partir de Alagoas.
Entre suas obras:
Póvoa-Mundo (etno-romance), A Utopia Armada (etno-historiografia), A
Diferença Selvagem (antropologia, história e literatura poética),
Liberdade e Socialismo, A book of days for the Brazilian literary
year (Literatura), além de outras importantes publicações como Mar
das Lajes, Interpretação da Província, As Invenções da Escrita,
e entre tantas outras.
Ao Dirceu Lindoso nós agradecemos
imensamente pela sua contribuição antropológica e historiográfica
a partir do olhar dos "vencidos".
A homenagem de mais um
grupo de Papa-méis inteiramente fascinado e emocionado pela sua
obra!